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Mais distribuidores, outros pontos de vista

Os distribuidores de som e acessórios voltam a revelar seus pontos de vista

Na edição de fevereiro, começamos uma série de artigos mostrando as opiniões de quatro executivos de distribuidoras de acessórios de diversos portes estabelecidas em diferentes pontos do país, com atuação regional e nacional, sobre quatro tópicos considerados importantes para o mercado.

Desta vez, teremos a oportunidade de conhecer como outros quatro executivos pensam a respeito dos mesmos assuntos: o mineiro Marcelo Leite, da ML Acessórios, de Belo Horizonte; Carlos Eduardo Pintucci, mais conhecido no mercado como Carlito, da RMP Acessórios, distribuidora com presença nacional; Luiz Carlos Favero, o Biguá, da Biguá Distribuidora, que atua no interior do estado de São Paulo, e Ademir Gabardo, da Copal, distribuidora baseada em Curitiba que atua em todo o Paraná.

Distribuidores de som e acessórios - Carlito Pintucci, Ademir Gabardo, Luiz Carlos Fávero e Marcelo LeiteDesta vez, a maioria dos consultados não tem expectativas positivas a respeito do ano de 2015: Marcelo, Carlito e Gabardo acham que será um ano difícil, enquanto Biguá lembra que o mercado já passou por anos assim antes e que mesmo que haja algumas dificuldades, elas não serão suficientes para afetar demais o crescimento do mercado.

Como já vimos no artigo anterior, todos os distribuidores acham que há muito a ser mudado no mercado de equipamentos de som e acessórios automotivos. Gabardo e Biguá apontam a necessidade de união e organização dos distribuidores, além de critérios mais definidos dos fornecedores.

Carlito, por sua vez, aborda a informalidade e a necessidade de melhorias na atuação comercial dos fornecedores e Marcelo lembra da necessidade de treinamento e de serviços 0800 ativos, demandas ainda não atendidas por muitos fornecedores. Como já foi possível perceber no 1º Fórum AutoMOTIVO, fornecedores e distribuidores ainda têm muito a conversar!

Quais produtos deverão ser os campeões de venda de 2015? Marcelo acredita que serão os HUD (head-up displays); Carlito, os DVD Players e auto alarmes. Já Biguá, aposta nos acessórios externos para automóveis e pick-ups e nas linhas de conforto e segurança, enquanto Gabardo fica com os desbloqueios de tela, centrais multimídia e acionadores de vidros anti-esmagamento.

Na hora de aconselharem os varejistas, eles dão excelentes opções para quem quer fazer sua loja se fortalecer e crescer: Marcelo sugere apostar na diversificação e nas vendas de produtos complementares, enquanto que Carlito indica comprar à vista e com nota, estar sempre atualizado e caprichar na aparência da loja.

Biguá aconselha não tentar enganar o distribuidor na hora da compra, a investir na informatização da loja e na atualização quanto à legislação. Já Gabardo propõe que o lojista passe a valorizar mais o seu serviço, cobrando melhor.

Confira a seguir as respostas dadas por cada um dos quatro distribuidores selecionados para a segunda matéria desta série:

 

Qual é a sua expectativa para o mercado em 2015?

Marcelo Leite (ML) – Para o mercado, precisamos de muitas reformas para voltar a andar e isto não ocorrerá em 2015. Será um ano de crescimento econômico nulo, porém de grande crescimento político. Todo crescimento obtido até o momento se baseou no tripé de mercado internacional enfraquecido, petróleo em alta e políticas sociais. Nada foi obtido com créditos de infraestrutura, tecnologia ou educação. Foi um crescimento sem base, e sem base nada resiste. Só crescemos porque os outros estavam ruins. A hora é de levantar os fatos e em 2016 punir os contraventores. Com a casa em ordem, voltaremos a crescer em 2017.

Carlito Pintucci (RMP) – Baixo crescimento ou mesmo zero!

Luiz (Biguá) – Acredito ser um ano igual a muitos que já passamos, podendo haver algumas dificuldades, mas nada que afete demasiadamente o crescimento de nosso mercado. Precisamos sempre acreditar em nosso trabalho e mercado não desanimando, inovar e agregar novas linhas de produtos é uma boa maneira de se conseguir bons resultados deixando as dificuldades pra traz.

Ademir Gabardo (Copal) – A meu ver, as expectativas para 2015 não são animadoras pelos seguintes motivos: a) aumento do dólar b) final da isenção do IPI para veículos c) aumento dos juros d) alíquota maior para produtos importados e) IOF maior f) expectativa de um Brasil com crescimento zero g) os números apontam para um crescimento da inflação h) no estado do Paraná, após 8 anos com ICMS interno de 12%, fomos surpreendidos com o aumento do ICMS para 18% a partir de abril. Com este quadro, acredito na perda de poder, de compra principalmente da classe média, que é a que mais consome.

 

O que seria preciso mudar para melhorar o mercado de equipamentos de som e acessórios automotivos?

Marcelo Leite (ML) – Com veículos mais complexos, precisamos de treinamento dos fabricantes e de um serviço de 0800 ativo. Devido a esta baixa capacitação da mão de obra, o perfil do consumidor de acessórios migra do centro para a periferia das cidades

Carlito Pintucci (RMP) – Diminuir a informalidade, melhorar a comercialização das fábricas e diminuição dos impostos sobre o trabalho.

Luiz (Biguá) – Uma maior união e respeito entre os distribuidores em questão a comercialização, as indústrias e importadoras definirem as políticas de preços respeitando sempre a cadeia do mercado, sempre inovar e investir em novos produtos.

Ademir Gabardo (Copal) – Poderia citar N fatores para melhorar o nosso mercado, mas, enquanto o nosso segmento não entender que precisamos nos organizar , sentar para discutir os problemas do dia a dia ,falar de forma organizada com governos, fazer com que a cadeia fabricante/importador-distribuidor-lojista tenha critérios definidos, será difícil.

 

Se pudesse dar um conselho para os varejistas, qual seria?

Marcelo Leite (ML) – Diversifique! Se o cliente esta escasso, vamos ter produtos agregados para a venda. Se vendemos racks, vamos buscar parceria com lojas de bicicletas, caiaques e afins para aumentar o ticket médio. Passou a vender bicicletas, vamos ampliar para óculos de sol e roupas de ginástica. Com isto a loja fica mais bonita e chamativa.

Carlito Pintucci (RMP) – Só compre à vista e com nota fiscal, procure se atualizar com as tecnologias e mantenha o seu varejo com ótima aparência!

Luiz (Biguá) – Em primeiro lugar, percebemos que grande maioria não está informatizada e atenta às novas leis e obrigações fiscais. Este ano o governo precisa reabastecer seu caixa e realmente acredito que quem não se atentar a isto pode se dar muito mal. Em segundo lugar, não colocar um distribuidor contra o outro, dizendo ter preços baixos quando na verdade não tem. Isto traz muita insatisfação entre os distribuidores, indústrias e importadores.

Ademir Gabardo (Copal) – Em nosso debate no Fórum AutoMOTIVO, citei que tomei uma cervejinha em lata no hotel e paguei nove reais. No distribuidor ela custa por volta de R$1,70. O lojista do nosso ramo por exemplo compra um alarme por mais ou menos 150 reais, leva 3 horas para instalar, dá garantia de 2 anos e vende por mais ou menos 250 reais. Dá para sentir a diferença de lucratividade? Resumindo ou o lojista passa a entender que o negócio dele é para ganhar dinheiro,que não é instituição de caridade ou ele vai pra fita!

 

Na sua opinião, qual tipo de produto deve ser o campeão de vendas neste ano na sua empresa?

Marcelo Leite (ML) – Com certeza projetores de Head Up Display (HUD), como os computadores de bordo da JFA.

Carlito Pintucci (RMP) – DVD Players e auto alarmes.

Luiz (Biguá) – As linhas que estão se destacando ultimamente são acessórios externos para automóveis e pick-ups, linha de conforto e segurança.

Ademir Gabardo (Copal) – A tendência de mercado aponta que os produtos de tecnologia mais aprimorada serão os campeões de venda. Cito desbloqueios de tela, centrais de multimídia e levantamentos anti-esmagamento.

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Você é distribuidor e também quer dar a sua opinião? Basta responder as quatro perguntas desta matéria e enviar por e-mail para jornalismo@revistaautomotivo.com.br que suas respostas serão utilizadas em outras matérias desta série.

 

Texto: Amadeu Castanho Neto

Imagens: Equipe AutoMOTIVO

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