O nome Santana é muito familiar para nós, brasileiros. Afinal, convivemos com ele por doze anos, desde 1994 até 2006. No começo, era um sedan médio para famílias, projetado e fabricado exclusivamente no Brasil. Doze anos depois, já cansado, parou de ser fabricado, depois de ter se transformado no queridinho dos taxistas.
Daqui ele viajou para a China, onde seu bom espaço interno e a sua mecânica resistente fizeram com que fosse novamente adotado pela maioria dos taxistas. No ano passado, ele ganhou uma nova versão, totalmente reformulada e que, em pouco tempo, pode estar de volta ao seu berço natal.
A nova versão do Santana (que muita gente prevê que será batizada de Novo Santana) é uma das muitas novidades previstas para agitar o mercado automotivo brasileiro nos próximos anos e uma das grandes esperanças da Volkswagen do Brasil para renovar a sua linha no país.
A rigor, o modelo tem poucas coisas em comum em relação ao seu antepassado, além do nome, do fato de ser um sedan de estilo puxando para o lado mais conservador, do tamanho médio e do logotipo da Volkswagen na grade frontal.
Mecânica
Como os tempos são outros, a nova versão parte de uma plataforma menor, a PQ35, a mesma usada pelo Polo europeu, mas com bons resultados finais, graças a uma espichada que lhe dá 4,47 metros de comprimento e 2,60 m. de distância entre eixos, uma das medidas determinantes para garantir um bom espaço interno. Essas medidas o tornam 25 cm. maior que o Voyage e o Polo Sedan.
Em termos de preço, o posicionamento também será novo. Se antes ele era o topo da linha da marca, agora vai ficar no meio, posicionado entre as versões mais caras do Voyage e do Jetta mais barato, substituindo a versão sedan do Polo.
O motor também deve ser novo, um flex 1.6 com 16 válvulas da família EA-211, com aproximadamente 120 HP usando álcool e câmbio de cinco marchas. Mais para a frente, a fábrica deve introduzir a opção de transmissão automática, que vem tendo procura crescente em todo o mercado.
Estilo
O estilo não tem nada de excepcional, com um visual agradável e equilibrado, puxando para o lado conservador, que de vários ângulos lembra bastante o Jetta. O público-alvo, que deve ser de famílias que querem um carro com um bom compromisso entre espaço e preço, não pede nada mais que isso e ainda ficará feliz em ter um carro cuja aparência remete a um importado muito mais caro.
O projeto do novo Santana foi desenvolvido na matriz da Volkswagen, na Alemanha, com a colaboração de equipes da China e do Brasil.
A ideia teria sido de criar um carro inspirado no Jetta, com uma solução técnica atualizada, mas que tivesse um custo de produção bem mais acessível que o irmão alemão, para que fizesse sucesso em mercados estratégicos para a Volks, como o Brasil e a China.
Aparentemente, o objetivo foi alcançado. Como muita água deve passar debaixo da ponte até que ele esteja disponível nas concessionárias da marca, resta esperar e ver como o mercado vai recebê-lo.
Por Amadeu Castanho Neto
Fotos: Divulgação